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Não é necessário ter um Dualismo entre Saúde x Economia
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Novos dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde informam expansão no número de casos confirmados da Covid-19 para 739.503, um aumento de 32.091 infectados testados positivos nas últimas 24 horas. O número de óbitos passou a 38.497, no dia anterior era 37.312. O Brasil, lamentavelmente, é o novo epicentro da crise do Coronavírus que já deixou mais de 400 mil vítimas no mundo inteiro. No nosso país, muitas vidas poderiam ter sido poupadas com o lockdown, que não veio.

Com o crescimento exponencial do vírus, também há, infelizmente, aumento generalizado das desinformações e fake news. Ao distorcer a fala do diretor da OMS(Organização Mundial da Saúde) e incitar a população a retornar ao trabalho, o presidente Jair Bolsonaro -  sem partido -  subestima a gravidade da doença e segue direção contrária ao mundo.  

A aposta máxima de Bolsonaro, de maneira desastrosa e desorganizada, é sobre a economia. A explicação é simples, porque a recuperação econômica é uma das bandeiras em que o outsider, ex-deputado federal, carregou na campanha eleitoral; o fracasso econômico do seu governo, representaria uma forma de minar suas chances de reeleição em 2022. Para tanto, o presidente convocou e promoveu campanha, intitulada como: “O Brasil não pode parar”, para que o Brasil adotasse, contrariando as recomendações da OMS e seguindo direção contrária a maioria dos países no planeta, o isolamento vertical. Ação em que são isolados socialmente, apenas os grupos de risco. Primeiramente, é importante se dizer que a defesa do isolamento vertical consiste em parte, numa distorção das informações sobre os dados do novo CoronaVírus; que afirma que a doença só afeta e “mata” idosos acima de 60 anos, o que não é verdade.

 
Na imagem, profissional desinfecta o hospital. Créditos: Marcello Casal Jr./Agencia Brasil

 
Se for utilizado como parâmetro apenas os casos confirmados no Brasil, cerca de 34% dos óbitos por conta do COVID-19, segundo dados atualizados do Ministério da Saúde, são com pessoas com idade inferior a 60 anos, incluindo jovens saudáveis, entre eles, jovens, adolescentes, e bêbes.

Embora a taxa de letalidade do CoronaVirus incida de maneira mais baixa sobre os jovens, eles representam o maior número de infectados e indubitavelmente, os que mais transmitem o vírus. Pesquisas sobre a doença na Nova Zelândia, mostram que cerca de aproximadamente 26,3% dos casos confirmados são de pessoas que tem entre 20 e 29 anos de idade. A maior problemática se refere a quantidade de infectados que irão necessitar ocupar leitos e vagas em UTI de hospital. Ao menos 15% dos contaminados serão hospitalizados; de maneira bem lógica, se houver uma expansão muito rápida do vírus no país, o Sistema de saúde entrará em colapso e não conseguirá suportar a demanda dos pacientes; o que se não for acompanhada de investimentos na construção de novos hospitais de campanhas, acentuará a curva de óbitos por conta da doença. Muitos estados, já não comportam mais vagas para uso de respiradores.


Na imagem, o Ministro da Economia, Paulo Guedes. Imagens: Edu Andrade/Fotopress

Além do aumento de gastos com compras de novos equipamentos e manutenção das políticas sanitárias, o país enfrentará uma grave recessão econômica; no entanto, a crise não é um caso restrito a economia brasileira. Economistas projetam queda no PIB da China (Produto Interno Bruto), que soma todas as riquezas produzidas no país, de cerca de 6% em 2020 em relação ao ano anterior.

O Banco Goldman Sachs aponta redução no PIB dos Estados Unidos de 34% no segundo semestre de 2020. O Fundo Monetário Internacional (FMI), prevê queda das riquezas mundiais de ao menos 1%.

Imagens: Shutterstock

No Brasil, o cenário não é diferente, com o confinamento e a queda do consumo – responsável por 60% do Produto Bruto –, a expectativa é de que o país enfrente uma nova recessão econômica. Então, surge a necessidade da intervenção do Estado para injetar liquidez e reduzir o impacto da Pandemia nas atividades brasileiras. Para tal, o Governo deve garantir a manutenção do emprego e da renda do trabalhador. Em tal compasso, surge  medidas como o Auxílio Emergencial, que destina 600 reais para mais de 58 milhões de informais brasileiros; e o pagamento de um salário mínimo, pelos próximos três meses, aos empregados de carteira assinada. Como ações alternativas, estão a suspensão do pagamento de tributos a micro, pequenas e médias empresas; financiamento de recursos a juros baixos e expansão de investimentos na construção civil.

Com o Estado de Calamidade Pública, o Brasil tem espaço fiscal para aumentar seus gastos, mitigar e reduzir os efeitos da crise. Portanto, não se demonstra correto a existência de um dualismo de escolha entre saúde x economia. Para combater a Pandemia, as 2 áreas têm que estar unidas, o confinamento pode salvar 1 milhão de vidas no país e a injeção de Liquidez pelo Governo, modificar os rumos de uma “inevitável” e longa recessão econômica. 


Para concluir, hoje gostaria de lançar um Luto pelas mais de 38 mil vítimas do Coronavírus no Brasil, muitas evitáveis, se o isolamento fosse mais rigído.

Não tem emblema. Mas sim, solidariedade, conforto e respeito.

 

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Notícia escrita por @dudumunaldi, no dia 10 de junho de 2020, às 03:06
cubo
Quase lá...