Um dos principais efeitos ocasionados pelas medidas de distanciamento social, foi o crescimento absurdo de comunidades virtuais. Desde fevereiro, não só o Habbo, mas outros jogos online, começaram a receber um número acentuado de visitas e, com isso, o fluxo de usuários aumentou exponencialmente. Ocorre que, se de um lado esses games estão se beneficiando com o acumulo de acessos, por outro, as deficiências em seus sistemas de moderação têm gerado uma grande dor de cabeça.
Desde 2012, após os incidentes que ocasionaram o “The Great Mute", Paul LaFontaine (CEO da Sulake entre 2011 e 2012), anunciou uma mudança no sistema bate-papo, que passou a operar com um filtro de palavras. Com o tempo, esse mecanismo de inteligência artificial foi sendo aprimorado, até resultar num sofisticado esquema de moderação automática. Atualmente, os usuários são submetidos a uma tabela progressiva, que varia de um simples alerta até o banimento permanente.
A opção da Sulake pelo sistema de moderação automática, fez com que em 2017 todos os moderadores fossem demitidos, restando apenas os Guardiões. No início do ano passado, contudo, a ferramenta de intimidação, utilizada pelos Guardiões para averiguar denúncias de mau comportamento, foi desativada em todas as comunidades, de modo que atualmente, a moderação na rede é essencialmente automática. Vale lembrar que os Embaixadores, apesar de serem responsáveis pelo monitoramento em salas públicas, não podem banir os usuários, e as suas ações, como mutar e dar alerta, não são computadas no sistema progressivo.
Nesta semana, o proprietário da empresa Two Hat, a mesma que gerencia a IA do Habbo Hotel, relatou ao tabloide francês La Voix de l'Est, as dificuldades que está tendo com a moderação de conteúdo nesses tempos de pandemia. Segundo Chris Priebe, desde o início da pandemia, o volume denúncias subiram pelo menos 30 bilhões a mais em relação aos números anteriores. Ainda segundo ele, esse aumento chega a ser 15 vezes maior em algumas plataformas, o que não significa um aumento de receitas ou que eles podem contratar mais funcionários.
De acordo com a matéria, empresas maiores com Facebook, Google e Twitter, estão passando pelo menos problema, de modo que os moderadores não têm sido ágeis o suficiente para lidar com um fluxo maior de queixas. O resultado de tudo isso são usuários insatisfeitos, além de uma maior probabilidade deles se depararem com conteúdos impróprios e pornográficos. Para o professor Suzie Dunn da Universidade de Ottawa, essa elevação no número de usuários e falta de mecanismos adequados para lidar com isso, tem intensificado “um aumento enorme de comportamentos problemáticos e de assédio”. De modo que, “não importa como a moderação é feita, algumas coisas sempre caem nas fendas, ainda mais durante uma pandemia”.
Hoje (09/09), foi anunciado por alguns fã-sites internacionais que a ferramenta dos embaixadores havia sofrido uma alteração. Segundo informações do fã-site espanhol Habbo-Happy, os Embaixadores haviam recebido a possibilidade de mutar usuários por 72 horas, sendo que antes a pena mais gravosa permitida aos Embaixadores, era o mute de 36 horas. Nossa equipe de reportagem entrou em contato com alguns membros do Programa Habbo Embaixadores da comunidade luso-brasileira. Em resposta, Cadisentro disse que não era permitido aos embaixadores revelar informações sobre suas ferramentas ou dados não públicos do programa.
Recomendamos que todos os usuários permaneçam atento e não forneçam seus dados ou informações pessoais para ninguém. Nenhum sistema é perfeito, portanto, todo cuidado é necessário. Para saber mais sobre dicas de segurança, clique aqui e acesse uma matéria que publicamos recentemente sobre esse tema.
Créditos: La Voix de l'Est e Habbo-Happy
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